sexta-feira, 22 de junho de 2018

S.O.S MISTÉRIO -PROJETO (CONTOS DE MISTÉRIO) 5º ANO


CONTOS DE MISTÉRIO:
A Matriz Curricular, traz como objetivos a serem alcançados ao trabalharmos Contos de Mistério:

• Identificar as marcas do gênero;
• Reconhecer e empregar adequadamente os recursos de linguagem;
• Reconhecer e empregar os sinais de pontuação próprios desse gênero;
• Perceber no texto a sequência narrativa e descrição;
• Produzir, revisar e editar textos do gênero;
• Ler, reconhecer, compreender, interpretar e produzir textos do gênero;
• Ler e identificar imaginários do medo e usar recursos de linguagem para produzir suspense.
Portanto, o presente projeto se justifica por trabalhar e  favorecer o desenvolvimento das habilidades previstas, para que os objetivos e expectativas sejam alcançadas.
ETAPAS
*ANALISAR, REVISAR E REESCREVER UM TEXTO DE UM AMIGO , COLETIVAMENTE;
* Produzir uma galeria de personagens e ambientes dos textos escritos pelos alunos.(com legendas descritivas)
3. Leitura prazerosa (diária ou por capítulos ampliação de repertório)
* Leitura, compreensão e interpretação de contos de mistérios

4. Planejar o conto
* Produzir o conto
* Revisar o conto
*Ilustração do conto
* Editar o conto
5.Escolha do conto a ser dramatizado
*ESCREVER O ROTEIRO
* ESCOLHER OS ATORES E PERSONAGENS;
*ENSAIOS;
6. Elaboração coletiva da apresentação do livro e do teatro do conto escolhido,
* Convite (para o lançamento do livro na biblioteca central da escola)
* Apresentação do teatro e do livro na biblioteca da escola.
ETAPA 1-Apresentar a proposta aos alunos:
COMO?
LEVANTAMENTO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS
O QUE SABEMOS SOBRE O GÊNERO?
O QUE GOSTARÍAMOS DE SABER?
O QUE APRENDEMOS SOBRE O GÊNERO?




• Neste trimestre conheceremos mais sobre ESSE gênero textual interessante, teremos leituras, faremos exercícios, faremos encenações, uma galeria de personagens de contos de mistério, aprenderemos a fazer contos, escreveremos, e ao final vamos produzir um livro para ser doado à nossa biblioteca da escola.

ETAPA II –
2- DIAGNÓSTICO-Leitura e produção do final  (ler para escrever – identificar os recursos que dão ao texto o status de boa qualidade, através de banco de dados ou listas)
*ANALISAR, REVISAR E REESCREVER UM TEXTO DE UM AMIGO , COLETIVAMENTE;
_ Escolher coletivamente com as crianças as personagens e local para eles produzirem um conto de mistério.
Nessa produção o professor pode analisar o que as crianças já sabem a respeito do Gênero.
O professor pode ainda guardar estas primeiras produções para, ao final da Sequência Didática, apresentar as crianças para que elas façam um comparativo entre o que sabiam e o que aprenderam.
SELECIONE UMA PRODUÇÃO PARA SER ANALISADA, REVISADA E REESCRITA COLETIVAMENTE.

BICHOS DE ESTIMAÇÃO
__ Droga, não para de chover nunca mais, pra gente ir brincar no quintal, não é, Eurico?
__ …
__ Eu sei, eu entendi. Daí você não pode enterrar seu osso debaixo da trepadeira, senão seu focinho fica cheio de lama, e mamãe vai logo implicar. Ela anda sempre reclamando que você anda muito sujo. Mas também, com esse tempo, não tem nunca sol para lavar e secar você, não é Eurico?
__ …
__ Ah, entendi. Espera que eu vou desamarrar essa corda e soltar essa coleira. Está apertando seu pescoço, não está? Deve incomodar mesmo! Mas aqui no meu quarto não precisa. Mamãe não vai bronquear se você ficar solto. Pronto. Assim está melhor.
__ …
__ O quê? A gente pode brincar de esconder seu osso aqui mesmo? Boa ideia. Bate cara, Eurico!
__ …
__ Você não sabe onde escondeu o osso? Mas agora mesmo ele estava aí do seu lado! Afinal, pra que serve esse seu nariz, hein?
__ …
__ É, eu sei. Os cachorros nunca lembram onde escondem os ossos. Eu vejo sempre isso nos filmes da tevê…
__ …
__ Eu sei, cachorros não gostam de assistir tevê. Preferem correr lá fora no quintal. Mas com esse tempo… Droga, está chovendo mais forte! E justo agora que tocou a campainha. É o carteiro (coitado, está todo molhado). Vai ver que está trazendo a carta do meu tio do Canadá e dos meus primos que eu nem conheço.
__ …
__ Sabe, Eurico, eu escrevi para meu tio, contando do meu cachorro de estimação. Que é você, é claro. E perguntei se eles têm cachorro em casa. Então falei também do meu passarinho na gaiola, e que eu não gosto de gaiola, mas tem que ter, senão ele foge e o gato do vizinho acaba comendo. E eu contei que meu passarinho se chama Yellow, porque canário de verdade tem que ser mesmo amarelo, é claro.
__ …
__ Mas eu não botei na história o gato cinzento que eu salvei de cair no bueiro, e que mamãe não deixou ficar. Eu bem que vi quando ela deu o gatinho pro lixeiro, e ele foi miando na caixa de papelão, no caminhão do lixo. Tomara que os filhos do lixeiro gostem de gato!
__ …
__ É, eu sei. Você não gosta. Mas eu também não contei, na minha redação, do Birau, aquele cachorro meio pelado, que era tão bonzinho e me seguia lá do ponto do ônibus, todos os dias. Sabe, Eurico, um dia eu escondi o Birau, no quartinho atrás do tanque, aquele de guardar garrafas vazias. Mas, a Finoca descobriu e correu com ele de lá. Ele fugiu com o rabo no meio das pernas. Naquele dia eu chorei escondido.
__ …
__ Foi aí que eu arrumei o Yellow w botei na gaiola. E depois arrumei você. Na minha redação, eu conto que você é corajoso, já salvou até gente, como os cachorros ensinados da tevê. E que eu dou banho em você, que anda sempre limpo!
__ …
__ Olha, Eurico, eu só não levo você em uma escola de cães porque os donos dos outros cachorros vão caçoar de mim. É que você é diferente. Sabe como é gente… Droga! Essa chuva não para, e eu já estou cheio de não ter nada pra fazer!
__ …
__ Agora mamãe vem vindo. Você também escutou? Ela está subindo a escada. Será que o carteiro trouxe a resposta do meu tio do Canadá?
__ Fábio! O que você está fazendo que não desce para o lanche?
__ …
__ É, você tem razão. É melhor destrancar a porta, senão ela vai ficar zangada.
__ O que é isso debaixo do tapete? Eu já disse, filho! Para com essa mania de esconder ossos debaixo das coisas. Ummmm… Que cheiro ruim é esse? O quarto está horrível! Já sei. É essa espiga de milho dentro da gaiola vazia. Já está podre; você tem que jogar fora. Filho porque você não brinca com brinquedos normais, como as outras crianças? Fica aí arrastando pela casa essa corda amarrada num travesseiro imundo…
Stella Carr, Assombrassustos, 1995
ENTENDENDO O TEXTO (Oral e escritas)
1- Quem são as personagens do conto?
2- Quais são as características psicológicas do garoto?
3- E as características psicológicas da mãe?
4- Porque o garoto não lavava seu “cachorro”?
5- Por quê no texto aparece várias vezes o seguinte recurso “ __ …” ?
6- Qual era o maior sonho do menino?
7- Quem disse a última fala do diálogo?
8- Cite exemplos de “brinquedos normais” que a mãe de Fábio gostaria que ele brincasse.
9- O que significa a expressão: “Ummmmm” ?
10- Porque o menino inventou animais de estimação?
11- Quantos anos você imaginou para o menino?
12- Por quê o menino ficava arrastando pela casa uma corda amarrada num travesseiro imundo?
13- Quem eram os animais de estimação do garoto?
14- Que outra palavra podemos utilizar para substituir a palavra imundo?
15- Além de brincar com seus animais imaginários que outras atividades o menino realizava?
16- A mãe do menino gostava de animais? Justifique sua resposta.
17- Quem escondeu o osso embaixo do tapete
(A) A mãe (B) O cachorro (c) o carteiro (D) Fábio
18- Na sua opinião o que a mãe do garoto deveria fazer para o menino parar com a mania de inventar animais estimação?
19- Quantas vezes a mãe falou durante o conto?
20- Fica aí arrastando pela casa essa corda amarrada num travesseiro imundo…
21- Copie a frase em que o menino conta uma passagem de sua vida muito triste.
22- Faça uma tirinha baseando-se na história.
ATIVIDADE: FINALIZE O CONTO…
1- A que gênero textual pertence o texto abaixo? _________________________
2- Qual é a finalidade deste texto ? ( Para que ele serve?)_______________________________________________________
3- Como você já deve ter percebido , falta o final do texto. Seja criativo e elabore um final para a história.

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ETAPA III-AMPLIAR REPERTÓRIO
3. Leitura prazerosa (diária ou por capítulos ampliação de repertório)
* Leitura, compreensão e interpretação de contos de mistérios

1.1 Leitura do Conto: O enigma do outro lado da autora Stella Carr
Estratégia de Leitura:
A- Colocar o título no quadro e perguntar a respeito da palavra: Enigma. O que significa?
As crianças participarão, acredita-se que a maioria saiba o significado da palavra, se acaso não souberem, o professor pode pedir que alguém procure no dicionário e ler em voz alta para a classe toda. O professor ajuda-os a compreender e dar sentido ao título que foi escrito no quadro:
# Há um mistério do outro lado?
# Que lado é esse? Qual lugar?
Conforme as crianças vão falando, o professor as escuta e dá a seguinte devolutiva: “ Pode ser, quem pensa diferente?”
B- Revelar que o outro lado é: O outro lado da porta e contar que nessa leitura aparecerão quatro personagens.
# Que personagens vocês acreditam que possam compor esse conto?
C- Em seguida realizar a leitura com pausa protocolada ou leitura dialogada:
O ENIGMA DO OUTRO LADO
— De onde você vem, Nanico?
Magro, amarelo e muito comprido, Nanico estava um pouco curvado, cansado de tanto esperar.
— Venho da periferia, ali perto da estação. Éramos muitos irmãos, todos bem 
unidos.Os outros já se foram… fiquei só eu.(O que será que aconteceu com os irmãos de Nanico?)
Só de falar nisso, Nanico foi ficando pálido, com manchas escuras.
Zé Pereira entrou na conversa:
— Você parece doente, cara. Quem sabe com isso você escapa — o Zé falou, olhando para a porta fechada, que dava para o outro lado.
— É inútil resistir. Todos nós vamos ter que passar por aquela porta, mais cedo ou mais tarde.
(O que vocês imaginam que acontece as personagens após passar pela porta?)
-Mas o que deixa a gente nervoso é a espera. Acaba-se ficando mole e não prestando mais pra nada! — Nanico gemeu , parecendo mais murcho e curvado.
— Que pessimismo é esse, Nanico? — perguntei, tentando animar o coitado, usando minha intuição feminina .
— É o calor, eu acho — o compridão respondeu.
— Ora, você devia estar acostumado, é de um país tropical… nós estrangeiros, habituados a
climas frios, é que sofremos mais — disse eu, sufocando, ficando mais vermelha do que já sou.
Zé Pereira remexeu-se inquieto, rolou o corpo um pouco para o lado e se queixou:
— Eu é que estou passando mal. Acidez, eu acho. Me trouxeram pra cá cedo demais… não era a minha hora.
— Você está impressionado com a espera, isso sim. Não quer confessar, mas está com medo — provocou Nanico.
— Vocês não entendem, eu sou do campo. Nasci na fazenda, ao ar livre. Aqui é úmido e abafado!
— Pois sei como você se sente. Também sou do campo — falei, tentando dar uma força ao companheiro. Zé Pereira respondeu:
— Ora, você não parece sentir a mudança. Continua gorda e rosada!
Ele estava de fato verde. Mas não notou que uma mancha escura e redonda já aparecia na minha pele avermelhada, um perigoso e alarmante sinal para a minha saúde.
Nanico levantou-se atento:
––Vocês ouviram o barulho do outro lado? Será que ele já vem?
Nanico se curvou ainda mais. Parecia ter um peso nas costas.
–– Fico pensando: qual de nós três irá primeiro? Ainda me lembro quando meus irmãos se foram. Naquele tempo não era ruim esperar, porque a gente não desconfiava. Estávamos todos felizes,como se fosse uma aventura! Tudo era novidade: a viagem, nossa chegada aqui… Então vieram buscar o primeiro. Foi minha irmã. E ela nunca mais voltou.
–– Não lembre coisas tristes, Nanico — eu falei, tremendo. Mas Nanico continuou:
–– Depois vieram buscar o segundo. E mais outro, e mais outro. Fiquei só eu! Me esqueceram, não sei por quê … Então chegaram vocês.
— O que será que acontece lá dentro? — Zé Pereira perguntou.
— Não sei. Só sei que ninguém volta. Quem passa por aquela porta fica — Nanico afirmou.
(E vocês o que acham que acontece lá dentro?)
— Não pode ser tão ruim — eu comentei — , acho que estamos com medo à toda. Sabem de uma coisa? Vai ver que do outro lado não tem nada! ( e vocês concordam com essa personagem?)
Nisso a porta se abriu. Agarraram … (quem vocês imaginam que foi agarrado?) Zé Pereira e o levaram embora. E a porta se fechou de novo.
— Por que não me levaram? — gemeu Nanico. — Estou me sentindo tão mal ! Zé Pereira era tão jovem, até sofria de acidez…
— Quem pode saber? — eu falei.
— Zé Pereira, a essa hora, já sabe — respondeu Nanico.
— Mas não volta mais pra contar. Ninguém voltou até hoje — lembrei.
Nanico ficou em silêncio. Deitou o corpo de lado. Acho que até cochilou um pouco. Coitado! A espera estava acabando com ele. Já estava na sala quando eu cheguei. Sempre falando dos irmãos que se foram!
Nisso, a porta se abriu de novo, e dessa vez
( quem será que foi levado?) levaram o Nanico. Fiquei sozinha, sem ninguém para conversar, esperando a minha vez…
A mancha escura em minha pele parecia ter aumentado, eu já não sentia a mesma disposição de antes. Não sei quanto tempo passou . O silêncio, a solidão aumentam o nervosismo e confundem a gente…
Finalmente, a porta se abriu e me agarraram também. Agora eu vou saber: vou descobrir o “grande segredo da vida”!
( e o que vocês imaginam que ela vai descobrir?)
O outro lado é uma sala igual à primeira, mas tem uma mesa grande no meio, rodeada de cadeiras. Estou imobilizada … ( em que lugar vocês imaginam que levaram a última personagem?) Com uma das mãos um homem me segura. Com a outra pega uma faca afiada. ( o que vocês imaginam que o homem fazer com a personagem?)
E vai tirando em fatias a minha pele.
Depois, ele abre a boca com imensos dentes amarelos e vai se aproximando
…(e agora o que vai acontecer?) Sinto o bafo, vejo a sua língua. Então me dá uma enorme dentada! (será que saberemos o segredo? — como? Agora, vamos ouvir o desfecho da história)
Mas eu ainda tenho tempo de ver, no prato sobre a mesa, a casca amarela e pintada do Nanico, o cabinho e os caroços do Zé Pereira.
— Então, é esse o destino das frutas?
Stella Carr. Assombrassustos. São Paulo: Moderna,1995.
* Registrar as reações das crianças:
D- Questionar se as crianças gostaram desse tipo de leitura, e se sabe qual é o Gênero Textual;
– Mediar a participação das crianças…
* Por que este texto não pode ser uma fábula?
– Porque não traz um ensinamento…
* É um conto de fadas? Não? Por que?
– Porque contos de fadas começam com era uma vez, tem reinos, princesas, magia, a luta entre o bem e o mal…
* Pode ser um poema?
– Não, porque não tem versos…
• Então o “ Enigma do Outro lado” pertence a qual Gênero Textual?
— Ao Gênero Contos de Mistério
Entregar o texto o “ Enigma do outro lado “, pedir que façam a leitura individual e respondam as questões no caderno:
1- Quem são os quatro personagens do texto?
2- No final o mistério foi revelado? O que havia atrás da porta?
3- Como são as características físicas e psicológicas apontadas para cada personagem de acordo com o texto?
Pessoa:
Banana:
Pera:
Maçã:
4- Qual personagem é mais otimista?
5- Quais palavras foram usadas para descrever que as frutas estavam com medo?
6- Preparar no caderno de descobertas um espaço para anotar em forma de lista expressões e palavras utilizadas para causar medo, suspense e mistério nos contos.
7- Crianças e professor poderão decorar a sala baseando nos Contos de Mistério, Podem ser decorados com gatos pretos, Lua Cheia, morcegos, teias de aranha, e tudo o mais o que as crianças trouxerem de ideia…

TEXTO II
MISTERIOSA REVELAÇÃO
Há muito tempo, em uma pequena cidade do interior, o único médico de toda região foi acordado com os desesperados chamados de uma menina completamente molhada pela chuva daquele início de madrugada.
Fortes relâmpagos acompanhados de estrondosos trovões recortavam o céu e a pequena insistia que ele fosse à roça, onde dizia morar, para atender com urgência sua mãe doente.
Consciente de seu dever de ofício e pungido pelo desespero da solicitante, ele se vestiu, calçou botas de borracha, pôs capa de chuva, apanhou sua maleta de trabalho, atrelou o cavalo aos varões da charrete e partiu em socorro.
A seu lado, no assento da charrete, a menina seguia indicando-lhe o caminho pelas estradas barrentas que se entendiam por entre as lavouras de imensas plantações.
Com alívio, o clínico ouvia a afirmação de terem finalmente chegado. A casa era pobre e acanhada, com dois pequenos cômodos e isolada dos vizinhos.
A mulher passava muito mal. Delirava ardente de febre. Não dizia nada com nada. Ele abriu sua maleta e medicou. Em seguida, procurou a menina. Não a encontrou. Havia desaparecido sem qualquer explicação. Intrigado com esse acontecimento, puxou uma cadeira e se sentou à cabeceira da paciente, esperando sua melhora.
Com o passar das horas, concomitantemente, a chuva e a febre foram diminuindo. Os primeiros raios de sol trouxeram a manhã e o restabelecimento da mulher, a ponto de ela reconhecer o medico e agradecer-lhe pelo socorro.
Ele comentou que, se a menina não tivesse ido chama-lo pedindo assistência, ela poderia ter morrido. A mulher estanhou muito e afirmou não conhecer quem poderia ter lhe feito tamanho favor. O médico apontou a fotografia da garota no porta retratos, sobre a cômoda:
__ Essa!
__ Essa é minha filha! __ contestando, reagiu a mulher.
__ Foi ela mesma. Ainda vestia a mesma roupa que está no retrato __ reafirmou o médico, com absoluta certeza.
___ É impossível, doutor. Ela morreu há oito meses e foi enterrada com esse vestido.
Diante dessa misteriosa revelação,o médico, que nunca admitiu qualquer possibilidade de manifestação de além túmulo, mentiu, disfarçando a sua surpresa:
__ Desculpe-me! Devo ter cochilado e sonhado, aqui sentado à cabeceira de sua cama.
Nelson Abissú,Editora Cortez, pág 96
1- Qual é o gênero textual que você acabou de ler?
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2- Porque havia somente um médico em toda região?
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3- Qual era o motivo para a menina chamar o medico desesperadamente?
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4- De que modo o médico e a menina se encaminharam para a casa da doente?
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5- Como estava a paciente que o médico foi atender?
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6- Qual era a característica psicológica do médico?
7- Na expressão usada “ nunca admitiu qualquer possibilidade de manifestação de além túmulo” Abissú, o autor do texto, fala em outras palavras o mesmo que:
a) ( ) nunca acreditou que fosse morrer.
b) ( ) nunca aceitou que existisse a presença de espíritos.
c) ( ) nunca acreditou nos vendedores de túmulos
d) ( ) nunca desconfiou que mortos falassem.
8- Quais foram os cuidados que o médico dispensou a sua paciente?
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9- O homem disse que devia ter “cochilado e sonhado, sentado à cabeceira da cama”. Porque ele mentiu para a mulher?
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10- Qual é o mistério que ronda a história?
R________________________________________________________________________________________________________________________
11- Que palavras e expressões o texto utilizou para descrever que o conto se passa em uma noite chuvosa?
12- Vamos dividir a história em 4 partes essenciais. Quais são?
13- Que tal representar este conto através de uma história em quadrinhos?


Algumas estratégias de leitura:
Colocar o título no quadro:
O ser misterioso
• somente observando o título podemos levantar hipóteses. Vamos conversar sobre as hipóteses do livro.
• Este título nos leva a acreditar que este texto pertence a que gênero?
• Quem será o ser misterioso deste conto?
( Anotar as hipóteses no quadro e dar a devolutiva para a criança: ideia interessante, “fulano” qual é sua hipótese. É importante chamar o nome da criança para que não sejam sempre os mesmo a participar.
Agora crianças vamos ficar em silêncio que eu vou ler para vocês . Prestem atenção nas pistas que o texto traz, e quando eu (professora) questionar vocês escrevam suas hipóteses no caderno. Depois no final vamos ver quem acertou. O texto começa assim….
O SER MISTERIOSO (TITULO NA LOUSA)
Devo ter perdido a memória .
Quanto tempo faz que estou presa dentro dessa bola escura e toda fechada ?
Não enxergo nadinha! Quero ver se abro um buraquinho para espiar lá fora… Mas ainda estou fraca, com muito sono. Devo ter dormido um tempão!
Está ficando cada vez mais abafado aqui dentro. Como é que não morri sufocada ? Que diabo de lugar é este, e o que é que estou fazendo aqui dentro ?
(Quem está presa?)
_ Aaaaiii, estou rolaaaannndooooo… Quem será que me empurrou?
Parece que lá fora está tendo um terremoto, que me sacode pra todo lado. E eu presa aqui dentro, sem saber o que está acontecendo, sem poder me defender!
_ Como é que eu fui dormir desse jeito, e quem me enfiou dentro dessa bolota escuuuuraaaaa…. Aaaaaaaaaiiiiii!
Ai que susto! Despenquei num buraco e dos fundos. Ainda bem que essa bolota escura que me protege é bem forte. Não sei do que ela é feita, mas o material é legal.
(Onde ela está presa?) Sorte, senão eu teria me machucado pra valer! Deve ter sido mesmo um terremoto, porque caiu um montão de terra por cima. Conheço bem o cheiro de terra molhada.
Agora ficou tudo em silêncio. Não escuto mais nenhum barulhinho. Estou no fundo, toda presa enrolada dentro dessa bolota mas não dá para respirar. E eu estou bem. Até já me sinto mais forte. Com a unha posso arranhar essa coisa dura que me envolve e me prende, e fazer buraquinho nela.
(O que é essa “coisa dura”?)
_ Oba! Ela está rachando! Mais um pouco de força e eu abro uma brecha e meto a cabeça pra fora. Está se abrindo…
Pronto. Agora preciso cavar um túnel, o terremoto me enterrou. Felizmente a terra aqui é mole. Com mais um pouquinho de esforço, eu chego lá em cima.
_ Viva! Consegui botar a cabeça pra fora! Como é bom sentir o sol de novo!
Agora, acho que dá pra passar um braço pela abertura.
_ Up, up, up,upa! E, com um pouco mais de força eu tiro o outro.
Pronto. Agora eu posso finalmente sair desse buraco. Vou me agarrar na parede e tentar subir no muro. Lá de cima, vai dar pra ver onde é que eu estou.
(Onde a personagem estava?)
Foi um tremendo esforço, mas valeu a pena. Daqui eu vejo tudo.
Do lado de lá deste muro tem uma casa e um menino brincando. Deve ser filho do vizinho. Como é que a gente chama o menino ? Acho que se eu acenar ele vem.
Estou quase despencando daqui de cima, de tanto fazer sinal pra ele, mas o moleque nem repara em mim. E como eu gosto de crianças!
O menino me viu! E agora vem vindo pra cá.
Tenho a impressão de já ter estado neste lugar antes. Acho que até já conheço esse menino, mas ele não era assim grande era bem menorzinho. O menino vem mesmo? >>>>
_ Venha cá, menino, venha! … Isso! Acho que conheço você de algum lugar. Me dê a sua mãozinha, sobe aqui no muro comigo, venha. Isso…
_ Aaaaiiii!
_ O que foi, eu machuquei você ? Não corra, volte! Ora, eu não sabia que as minhas pontas espetam.
(Que pontas espetaram o menino?)
Alguma coisa está acontecendo comigo. Sinto uma espécie de febre, uma sensação estranha, um inchaço nas pontas… Alguma coisa vai acontecer. Alguma coisa que já me aconteceu antes!
Hoje acordei tarde, o sol já está lá em cima. Estou vendo o menino do outro lado do muro, correndo, jogando bola no jardim.
Ele parou, e agora está olhando pra mim
. (Para que ou para quem o menino está olhando?)
_ Venha cá, menino! Eu não machuco mais você, prometo que tomo cuidado com as minhas pontas.
Que bom, ele vem vindo, está chegando pertinho. Acho que não ficou zangado comigo, vai ser meu amigo. Mas… ele parou. Está olhando pra mim espantado, porque será ?
Foi se embora gritando…
_ Menino, volte!
(Para onde o menino está se dirigindo? )
Bem crianças agora, teremos o desfecho do nosso conto. O menino disse assim para sua mãe:
_ Mamãe, mamããããããe, venha ver! A trepadeira da semente que eu plantei está cheinha de flor.
Stella Carr, Assombrassustos , 1995.
CONVERSANDO SOBRE O TEXTO
• O final foi como vocês imaginavam?
• Alguém teve a hipótese confirmada?
• Porque este texto nos confunde?
• Se já no início o conto falasse que era uma planta o final teria o mesmo “impacto”?
Entregar o texto para as crianças lerem individualmente:
No caderno:
1- Quem era o (a) narrador (a) do conto de mistério?
R- A trepadeira.
2- O que era a “bola escura e fechada”?
R- A “casquinha” da semente da trepadeira.
3- Quais são as palavras ou expressões que nos levam a acreditar que a personagem é uma pessoa ou animal?
R- Com a unha posso arranhar essa coisa dura que me envolve e me prende, e fazer buraquinho nela.
_ Oba! Ela está rachando! Mais um pouco de força e eu abro uma brecha e meto a cabeça pra fora. Está se abrindo…
Pronto. Agora preciso cavar um túnel, o terremoto me enterrou. Felizmente a terra aqui é mole. Com mais um pouquinho de esforço, eu chego lá em cima.
_ Viva! Consegui botar a cabeça pra fora!
4- A febre da trepadeira era sinal de que:
(A) Estava muito doente e
(B) Estava com saudades do menino
(C) Suas flores estavam prontas para desabrochar
(D) O clima estava muito quente
5- Quem semeou a plantinha?
6- A última frase do menino indica que ele está sentindo:
(A) Medo
(B) Entusiasmo
(C) Tristeza
(D) Tédio
7- Quais são as características psicológicas do menino?
8- Enquanto a professora lia o conto o que você imaginava que estava saindo do buraco e espiando o menino de cima do muro?
9- Você gostou do estilo do conto? Justifique sua resposta.
10- Tarefa de casa: Faça um quadrinho da parte que você mais gostou desse conto.


TEXTO IV
CAIO? (ÂNGELA LAGO)
Em Bom Despacho tinha uma fazenda à venda, mas ninguém queria comprar: era mal-assombrada.
Quando o preço chegou lá embaixo, veio de Luzes um comprador para fechar negócio.O caseiro aconselhou o homem a passar a noite na fazenda e deixar a decisão para o dia seguinte. E o homem ficou para dormir.
De madrugada, acordou com uma voz cavernosa:
— Caaaaaaio? Caaaaaaio? – a voz repetia.
Acontece que o homem se chamava Caio. Ele estranhou muito e foi com custo que gaguejou:
— A-a-a-qui.
E na mesma hora um osso de perna caiu em cima dele.
O homem gelou. Mas não adiantava correr, a assombração sabia até seu nome. Melhor era continuar deitado e se cobrir todinho.
Dali a pouco o vozeirão recomeçou:
— Caaaaaaio? Caaaaio?
E se a assombração não soubesse o nome dele coisa nenhuma e estivesse só perguntando se podia cair? Por via das dúvidas, Caio murmurou:
— Sim.
Caiu outro osso. E Caio matutava. Será que a assombração estava pensando que “Sim” queria dizer “Sim, pode cair”? Ou “Sim, sou eu, o Caio”? Resolveu desvendar a questão de uma vez por todas.
—Eu!?!
Caiu mais um osso.
De novo:
— Caaaaaio? Caaaaaaaaaio?
E o Caio, para testar:
— Cai!
Caiu outro osso.
Aí o Caio começou a achar que a assombração estava gozando a cara dele.
—- Caiiiuuuu!? – por coincidência, a assombração desafinou nessa hora.
O homem teve um treco. Deu dois tiros para o alto, chorando nervoso:
— Cai, mas cai logo, que eu não aguento mais essa história!
E para a surpresa, quem despencou do forro do teto foi o caseiro, que não queria dono novo na fazenda onde ele gostava de vadiar.
LAGO, Ângela. Sete histórias para sacudir o esqueleto. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002
Entendendo  o texto
1. Releia:
Quando o preço chegou lá embaixo, veio de Luzes um comprador para fechar o negócio.
a) O que quer dizer a expressão “o preço chegou lá embaixo”?
R=______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b)Por que o preço chegou lá embaixo?
R= ____________________________________________________________________________
c) Por que a palavra Luzes está escrita com inicial maiúscula?
R= ___________________________________________________________________________
d) Que negócio se pretendia fechar?
R= __________________________________________________________________________
2. Narrador é quem conta a história. Leia o trecho e copie apenas a frase que pertence ao narrador:
De madrugada, acordou com uma voz cavernosa:
—— Caaaaaaio? Caaaaaaio? […]
R= _______________________________________________________________
3. No texto a palavra Caio tem dois significados. Quais são eles?
R=__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. O motivo pelo qual o comprador achou estranho quando a assombração disse: “Caio? Caaaaaaaaaaio?” foi:
( ) A assombração queria cair. ( ) O nome do comprador era Caio. ( ) O nome da assombração era Caio.
5. Por que o homem deu dois tiros para o alto?
___________________________________________________________________________
6. Por que o caseiro armou toda essa confusão?
R = ____________________________________________________________________________
7. Enquanto lia o conto, o que você imaginou sobre a voz? Por quê?
R=______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Os contos são narrativas e costumam apresentar alguns elementos característicos: fato, lugar, tempo,personagens, motivo.
Responda às questões, com os elementos do conto Caio:
a) O que aconteceu? (fato)
R= ______________________________________________________________________________
b) Onde? (lugar)
R= ______________________________________________________________________________
c) Quando? (tempo)
d) Quem participou? (personagens)
R= ______________________________________________________________________________
e) Por quê? (motivo)
R= ______________________________________________________________________________
9. Nos contos de assombração, o modo de contar é essencial: quanto mais suspense, melhor. Releia:
De madrugada, acordou com uma voz cavernosa […]
Dali a pouco o vozeirão recomeçou […]
a)    Qual a intenção da autora ao escolher as expressões destacadas?
R= ______________________________________________________________________________
10. Releia o texto e copie três palavras, expressões ou frases que a autora empregou com a intenção de mostrar o medo do comprador.
R=_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11. Em sua opinião por que a história acontece à noite?
R=__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12. Copie o trecho onde acontece o ponto máximo de suspense (clímax).
R=__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
13. Por que a autora só conta no desfecho (final) que a assombração era o caseiro?
R=__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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TEXTO V-ESCRITA DE FINAL DE CONTO
Perseguição
Meia noite, cansado e com sono, lá estava eu, andando pelas ruas sujas e desertas dessa cidade. Minhas únicas companhias eram a Lua e alguns animais de vida noturna. Num canto havia um cão e um gato tentando encontrar alimentos, revirando latas de lixo. Em outro ponto da rua, ratos entravam e saíam de um esgoto próximo à padaria da esquina. Eu estava tentando lembrar por que havia saído tão tarde do emprego, quando ouvi uns passos atrás de mim.
Caminhei mais depressa, sem olhar para trás. Comecei a tremer e a suar frio. Coração acelerado. Aqueles passos não paravam de me perseguir. Virei depressa. Não havia nada além de sombras. O medo aumentou. Ou eu estava enlouquecendo, ou estava sendo seguido por algo sobrenatural.
Corri desesperadamente. Parei na primeira esquina, ofegante. Olhei novamente. Nada! Continuei a andar, tentando manter a calma. Faltava pouco pra chegar a minha casa.
Já mais tranquilo, parei, finalmente, em frente à minha porta. Peguei a maçaneta, ainda um pouco trêmulo devido ao susto e à corrida. Quando a girei, a porta não abriu. Provavelmente meus pais já estavam dormindo. Procurei minhas chaves em todos os bolsos que tinha. Não encontrei.
Os passos recomeçaram. O medo voltou em dobro. Estava meio tonto. Não conseguia manter-me de pé. O mundo girava vertiginosamente. Tentei gritar, mas a voz não veio. Aquele som se aproximava cada vez mais. Não havia saída. Juntei, então, todas as minhas forças e, num movimento brusco… ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O CASARÃO DA ESQUINA
Estava escuro, a luz da entrada não atingia o local, mas não precisou tatear muito até achar a vidraça quebrada.
Com o apoio de uma lata. Alcançou a altura necessária para efetuar a invasão. Muito cuidado agora, qualquer pressa lhe poderia causar cortes tremendos por todo o corpo. Foi se enfiando no buraco aos poucos, milímetro por milímetro, o fôlego praticamente suspenso, as mãozinhas magras no parapeito interno da janela, providenciando equilíbrio. Só precisava de calma, a calma que tivera até então, bastava torcer o quadril uns centímetros para a esquerda, talvez encostando-o na lâmina afiada do vidro, até que sua perna direita também começasse a entrar.
A operação deu errado, porém. De tão lento que ia, talvez, a mão escorregou e ele desabou para dentro da casa. Só quando atingiu o assoalho úmido, assim meio de lado, amortecendo a queda com os braços e o beiral da testa – o zoadão de vidros e madeiras terminando- é que sentiu a dor aguda e incisiva nas costas.
__ Me cortei, droga, me cortei…
Passou a mão na perna, devagar, e a sentiu molhada, absolutamente molhada. “ Tá sangrando pra valer” concluiu. Precisava pegar os salames, os biscoitos, os pães, tudo enfim que pudesse carregar, e dar o fora de uma vez.
Definitivamente não havia mais ninguém naquela casa, nem velhos, nem feiticeiros, nem fantasmas.
A porta do quartinho estava destrancada. Beleza! Dinho respirou fundo, conseguiu controlar a dor, tirou o “saco de compras” do bolso e , pé ante pé, procurou o interior do casarão.
A luz que provinha da grande janela abria uma estrada de segurança no meio da sala. Dinho avançava devagar, cauteloso. Mal se colocou no centro do primeiro andar e ficou grandemente admirado por não avistar nenhuma estante ou sofá ao seu redor. Os móveis estavam ocultos na escuridão?
No extremo oposto da claridade que se findava num cone, viu algo realmente estranho. Um sapo surgiu das trevas e colocou-se a postos, como um cão de guarda, encarando-os com seus olhos amendoados e fosforescentes. Talvez fosse o sapo que o velho capturara no outro dia, no ponto de ônibus. Por um segundo, Dinho pensou em retornar, mas isso não tinha sentido, aquele animalzinho feio não poderia lhe causar mal nenhum. Avançou mais dois passos, o sapo na mesma postura. Então da parte escura da sala, começaram a surgir diversos ruídos secos, sem eco, como se bolas murchas caíssem e ficassem coladas ao chão. O sapo na frente de Dinho, continuava de guarda, em cada olho uma lanterna.
Quando o garoto finalmente resolve desistir e se virar para correr, as luzes se acendem.
Na sua frente está o dono da casa, o velho, só que agora mais pálido, os olhos bem mais vermelhos, o nariz redobradamente afilado e adunco. O menino grita. Atrás do bruxo, centenas, não, milhares de sapos, todos de prontidão, imóveis com os papos insuflados.
__ Eu sabia que você viria! – O velho solta uma gargalhada. __ Isso grite, ladrãozinho, grite com força! Ninguém poderá ouvi-lo.
Dinho procura correr para o lado oposto, mas o “anfitrião” agora dono de uma força e agilidade incríveis, prende-o pelo pescoço. Ergue-o com extrema facilidade, abre uma das portas laterais e o atira num poço escuro.
Os sapos, como se despertados de um transe diabólico, saltam todos para cima do menino.
Maicon Tenfen, O casarão da esquina
Responda em seu caderno:
1- Quais palavras fazem este texto pertencer ao Gênero: contos de mistério?
2- Releia o segundo parágrafo do conto. O jeito como o autor conta cada parte da história fez você imaginar as cenas? Por quê?
3- Leia e responda.
“ A luz que provinha da grande janela abria uma estrada
de segurança no meio da sala.”
De que era feita essa estrada de segurança?
4- O que significa a expressão: “zoadão de vidros e madeira”?
5- Leia.
“ O sapo, na frente de Dinho, continuava de guarda, em cada olho uma lanterna.”
* Escreva como você imagina que estavam os olhos do sapo.
6- Releia o décimo parágrafo e conte como o autor descreveu o velho.
7- Quais são as característica psicológicas (personalidade) do garoto do conto.
8- Procure no dicionário a palavra “anfitrião” qual é o significado.
9- Agora que você já sabe o significado da palavra anfitrião. Reescreva a frase a seguir trocando as palavras destacadas por outras mas cuidado para a frase não perder o sentido.
“Dinho procura correr para o lado oposto, mas o “anfitrião” agora dono de uma força e agilidade incríveis, prende-o pelo pescoço. Ergue-o com extrema facilidade, abre uma das portas laterais e o atira num poço escuro.”
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O anjo aparador (digitar o texto)
1- Qual idade o garoto do conto aparenta ter:
( ) Entre 0 e 2 anos ( ) Entre 3 e 5 anos
( ) Entre 8 e 11 anos ( ) Entre 12 a 15 anos
2- Qual foi a coincidência que ocorreu no conto?
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3- Como se chama o menino que caiu da janela?___________________________________
4- Porquê mãe estranhou quando o pai e o filho entraram no apartamento?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
5- Onde estava a mãe no momento em que o filho caiu pela janela?
( ) Trabalhando ( ) No salão de beleza
( ) Em outro cômodo da casa ( ) Fazendo compras
6- Quem foi o anjo da história:
( ) o avô paterno ( ) o pai ( ) O avô Pedro ( ) Daniel
7- Leia a frase: “ Ficou mais incrédula ainda ao tomar conhecimento do ocorrido”.
A expressão destacada quer dizer
( ) a mãe estava arrependida ( ) a mãe estava chorando
( ) a mãe teve dificuldade em acreditar ( ) a mãe estava mentindo
8- Este texto serve para:
( ) divertir ( ) informar ( ) alertar ( ) ensinar a fazer algo
TEXTO VI
O MÉDICO FANTASMA
Esta história tem sido contada de pai para filho na cidade de Belém do Pará. Tudo começou numa noite de lua cheia de um sábado de verão.
Dois garotos conversavam sentados na varanda da casa de um deles.
— Você acredita em fantasma? — perguntou o mais novo.
— Eu não! — disse o outro.
— Acredita sim! — insistiu o mais novo.
— Pode apostar que não — replicou o outro.
— Tudo bem. Aposto minha bola de futebol que você não tem coragem de entrar no cemitério à noite.
— Ah, é? — disse o garoto que fora desafiado. Pois então vamos já para o cemitério, que eu vou provar minha coragem.
Assim, os dois garotos foram até a rua do cemitério. O portão estava fechado. O silêncio era profundo. Estava tão escuro… Eles começaram a sentir medo.
Para ganhar a aposta, era preciso atravessar a rua e bater a mão no portão do cemitério. O garoto que tinha topado o desafio correu. Parou na frente do portão e começou a fazer careta para o amigo. Depois se encostou ao portão e tentou bater a mão nele. Foi quando percebeu que ela estava presa.
— Socorro! Alguém me ajude! — ele gritou, desmaiando em seguida.
Nisso apareceu um velhinho vindo do fundo do cemitério, abriu o portão e chamou o outro menino.
— Seu amigo prendeu a manga da camisa no portão e desmaiou de medo. Coitadinho, pensou que algum fantasma o estivesse segurando.
O garoto reparou que o velhinho era muito magro, quase transparente.
— Obrigado. Como é que o senhor se chama?
— Eu sou o médico daqui. Vou acordar seu amigo.
O velhinho passou a mão na cabeça do menino desmaiado e ele despertou na mesma hora.
— Vão pra casa, meninos — ele disse. Já passou da hora de dormir.
E foi assim que os meninos perceberam que tinham conhecido um fantasma e entenderam que não precisavam ter medo de fantasmas, pois esses, apesar de misteriosos, são do bem.
Heloísa Prieto. “Lá vem história outra vez: contos do folclore mundial”. São
Paulo. Cia das letrinhas, 1997 (texto adaptado para fins didáticos).

 
TEXTO VII
O FANTASMA
A televisão não tinha chegado até a fazenda porque não tinha energia elétrica. A noite, as mulheres se distraíam ouvindo rádio de pilha, enquanto costuravam. Os homens gostavam de se reunir para conversar.
O ponto escolhido foi o terreiro de café que ficava entre a casa do administrador e a casa de D. Alzira. Portanto, à distância de um grito. Nessa noite, falavam de fantasmas. Cada um tinha uma história para contar que ouvira, ou uma experiência pessoal que infelizmente (ou felizmente), não provava nada.
– Eu me lembro de um caso interessante, disse Vicentino.
Os ouvintes se aproximaram dele. Por que será que gostamos de ficar bem juntinhos quando ouvimos estórias de fantasmas? Para melhor ouvir? Ou porque nos sentimos mais seguros estando bem perto uns dos outros? Vicentino continuou seu relato: “Eu morava num sobrado na cidade e todas as noites, acordava com um barulho de correntes que se arrastavam no andar de cima. Nada de gemidos ou gritos, nem uma palavra. Só aquela corrente que se arrastava para cá e para lá. Um mistério! Era tão impressionante que eu acordava e não conseguia mais dormir.
Depois de uma semana assim, criei coragem e pensei comigo: tenho que dar um jeito nesse danado. Arranjei um pedaço de pau, nem sei o porquê, pois sabia que com fantasma não adiantava usar um pedaço de pau.
Assim que o barulho começou, subi devagarzinho. Quando eu andava, o barulho cessava. Quando eu parava, ouvia a corrente se arrastando. “Ele” devia estar bem perto, porque ele percebia e ficava quieto à medida que me aproximava.
Abri a porta num solavanco, entrei depressa e dei um grito para ver se o fantasma se assustava comigo. Sabem que deu certo? Ouvi uma voz rouca e assustadora: “roc, rooc, roooc”, se não tivesse tão apavorado teria rido pra valer.
Bem no meio do quarto, todo arrepiado e trêmulo, estava … Um papagaio! O bichinho escapava do poleiro todas as noites e “assombrava” a gente passeando de um lado para outro com uma perninha presa na corrente.
Os meninos riram aliviados. Esse era um divertido fantasma!
Maria Teresa Guimarães Noronha. Férias em Xangrilá.
1- O texto que você acaba de ler é:
(A) Uma reportagem (B) Um poema (C) Uma fábula (D) Conto de Mistério
2- Qual é o fantasma da História? R___________________________________
3- Qual dos personagens narrou sobre o falso fantasma? R________________________________________________________________
4- O que as mulheres faziam enquanto os homens contavam histórias de assombração? R_________________________________________________________________
5- Onde os homens costumavam se reunir? (A) Na cidade (B) Na fazenda (C) Na escola (D) Na Mata 6- Qual foi o plano de Vicentino para resolver o caso do fantasma? R__________________________________________________________________
7- Onde aconteceu o caso do fantasma?
R-________________________________________________________________________
8- Quais são as palavras e expressões que indicam que Vicentino sentiu medo? R_________________________________________________________________
9- “Ele” devia estar bem perto porque percebia que ia chegando gente. A palavra em negrito se refere: ( ) ao Vicentino ( ) ao papagaio
10- “A distância de um grito” significa: (A) perto (B) Um duzentos metros (C ) Longe.
1- Em: “nos sentimos mais seguros estando bem perto”. A palavra destacada significa:
(A )Mais presos (B) Mais protegidos (C) Econômicos (D) Invisíveis
12 – “O bichinho escapava do poleiro todas as noites e assombrava a gente”. Os verbos destacados estão no tempo:
(A) Presente (B) Pretérito (Passado) (C) Futuro
13- Nesta roda de história era permitido que as crianças participassem? ( ) Sim ( ) Não Copie uma frase do texto que justifique sua resposta. R_________________________________________________________________
ETAPA 4
4. Planejar o conto
* Produzir o conto
* Revisar o conto
*Ilustração do conto
* Editar o conto

 Produzir uma galeria de personagens e ambientes (com legendas descritivas) baseando-se nos contos que já conhecemos.
Aqui, o professor pode trazer imagens(desenhos) utilizados para causar medo: Como fantasmas são retratados, escadas, casarões, árvores, morcegos. Os desenhos de contos de Mistério não podem ter cores muito alegres, é preciso prestar atenção nestes detalhes.
– Cada dupla terá um conto, juntos deverão reler e fazer a ilustração. Algumas duplas farão a ilustração das personagens e outras do espaço. (Isso pode ser decidido por sorteio).
– Para aqueles que tem mais facilidade, pode ser entregue um conto que ainda não foi trabalhado.
– Ao final, as duplas apresentam seus trabalhos para a classe
Produção Coletiva:
Antes de iniciar o conto coletivo é interessante relembrar com as crianças a respeito das características principais do Gênero Contos de Mistério:
• Foco narrativo (Como o narrador relata os acontecimentos, na 1ª ou na 3ª pessoa)
• Enredo ( A trama, como estão organizados os acontecimentos)
• Sequenciação de Fatos;
• Personagens;
• Pontuação,
• Espaço (Onde acontece o conto)
• Sequência narrativa e descritiva; (riqueza de detalhes das ações, ruídos, respiração…)
Planejando o conto: Coletivamente, todos os integrantes da sala escolhem personagens, enredo, espaço,conflito, para produzir o conto. Depois de conversar o professor guia-os na produção, ouvindo opiniões diversas. Nesse momento, precisa ficar claro que a intenção principal é a revisão e uso do conhecimento acerca das características que foram estudadas até aqui. Ao mesmo tempo que escreve há o aprendizado com a prática.
Por exemplo: Se as crianças dizem que a personagem viu um fantasma e ficou com tanto medo que desmaiou. O professor orienta que é preciso dar mais suspense, mais detalhamento da cena… O que a fez pensar que era um fantasma? Quais suas características? O que a personagem sentiu antes de desmaiar? Que som fez o seu corpo ao cair no chão?
O professor pode escrever no quadro, ou digitando no computador ligado ao projetor de slides… Assim todos acompanham o que está acontecendo.
Em casa as crianças poderão fazer uma ilustração do conto coletivo, e no dia seguinte ser eleita a melhor ilustração oficial.
PRODUÇÃO INDIVIDUAL
Antes de dizer para as crianças que chegou o momento delas produzirem, ler o conto abaixo. Depois de ler o conto, falar para as crianças que o conto foi produzido por um aluno de 14 anos, e que eles também podem escrever textos assim, ou muito semelhante, pois já têm um bom repertório.
O mistério do quarto escuro
Acordo atordoada, tonta, não me lembro de nada, me viro para lá, me viro para cá e não consigo sair daqui. A porta está fechada. Por mais que eu tente não consigo abrir. Aqui dentro está uma bagunça de roupas esparramadas, um mau cheiro. Está mal ventilado, sinto até falta de ar. Aqueles homens me prenderam sem motivo algum.
Tento mais uma vez, não consigo abrir a porta, me trancaram, está escuro, não enxergo nem onde piso, esbarrando em tudo. Aqui, apesar de muito frio, estou até corada de calor e aflição.
Este escuro me dá medo. Apesar de tudo, preferia estar lá fora. Só consigo ver luz em uma brecha da porta. Pouca coisa posso ver do outro lado, não sei o que estão fazendo com minhas amigas, ai, coitadas. Não sei se estão fazendo ou já fizeram. Ai! Não quero nem pensar.
Esses homens que me prenderam aqui dentro não têm coração, não nos respeitam a nós que somos tão inofensivas e indefesas.
Fico em silêncio e ouço vozes masculinas confusas do lado de fora. Acho que estão discutindo o que farão comigo. Essas cordas estão me machucando. Não gosto nem de pensar o que vai acontecer. Acho que me prenderam por eu ser a mais gordinha.
Meu medo aumentou, ouço passos em minha direção, não posso me esconder, não consigo nem me movimentar. Estão forçando a porta e têm a chave. Não sei o que fazer. Acho que chegou a minha vez, vieram me buscar, não posso mais escapar.
Abriram a porta. É um moreno magro e comprido, de cabelo grande e feio que Deus me livre. Vem com as mãos em minha direção e me agarra com forças em seus braços, me desamarra, joga as cordas e me leva para fora num gesto brutal, me põe no chão para fechar novamente o local. Tento correr mas não consigo ir mais longe. Ele me agarra outra vez com força. Tento me livrar dele mas não consigo. Ele sorri, me leva para outro lugar. Vejo uma das minhas amigas, penso em pedir socorro mas ela não pode me ajudar, pois ela está sendo vigiada por um careca ainda mais feio que o outro ( o que o outro tem de cabelo, neste está em falta). Coitada! Será que o destino será o mesmo que o meu?
Até que ele para comigo, mas não me coloca no chão, (acho que tem medo de eu fugir outra vez) e então é a hora, ele me bate, bate, bate no chão. Entra comigo no garrafão, pula comigo e faz a primeira cesta do jogo!
Carmo R.E. da Silva (14 anos) – Folhinha de São Paulo.
— As crianças podem escolher temas livres ou se preferirem podem participar de um sorteio de ideias ( O professor anota o mistério em uma tira e o aluno sorteia, por exemplo:
O mistério da rosa que amanhecia todas as noites no travesseiro da moça
O mistério do relógio que despertava sempre as 3 horas da manhã
O mistério da xícara usada que estava sob a mesa ao amanhecer sem ter nenhum convidado na casa)
— Para as crianças produzirem, pode ser deixado como fundo um som de contos de mistério, com sons de suspense e portas rangendo. As crianças apreciam, além de poderem usar a descrição desses sons em seus contos.
— Sempre oriento as crianças a produzirem seus contos no caderno, fazerem a leitura e depois passarem a limpo em uma folha de papel almaço.
Revisão do Texto
* O professor faz a leitura dos contos e faz as observações por escrito na folha para que o aluno possa rever e saber o que ele ainda precisa rever/ melhorar.
-Por exemplo: Descreva como estava a noite quando o fato ocorreu;
– Reveja esta fala, ela parece não se encaixar no enredo;
– Essa ideia poderia estar em um outro parágrafo;
– Detalhe melhor o som que a personagem emitiu;
– Você contou o mistério no início do conto, reescreva este parágrafo criando mais suspense;
ETAPA 5-
Escolha do conto a ser dramatizado
*ESCREVER O ROTEIRO
* ESCOLHER OS ATORES E PERSONAGENS;
       *ENSAIOS;

• Escolher um dos contos dos alunos , digitar e apresentar para as crianças sem citar o autor, pode ser digitado ou entregue em folha.
• Analisar se o conto tem as características do Gênero;
• Fazer uma lista coletiva de itens a serem melhorados;
• Fazer críticas construtivas;
• Entregar o conto para as crianças com as considerações feitas pelo professor e pedir que reescrevam fazendo alterações quando necessárias…
Obs: As crianças entregam os contos reescritos, o professor lê os contos novamente e caso haja necessidade as crianças reescrevem até que fique bom. Se for necessário podem ser apresentados mais contos, discutido mais sobre as características. É com os erros que mais podemos aprender.
Esta é a fase de ilustrar o conto em folha sulfite, a professora digitaliza as ilustrações para mais tarde serem inseridos no conto.
Digitação do Conto individual
Na sala informatizada cada criança digitará seu conto e colocará a ilustração que fez no documento.
Sistematização dos Conteúdos
As crianças podem escolher o modo de sistematizar o conteúdo: Mapa Mental, lista, HQ. O importante é registrar o aprendizado dos conteúdos. O que é o Gênero Contos de Mistério? Quais suas características? Finalidade?
Nesta fase as crianças poderão também ler o primeiro conto que escreveram e analisar as mudanças. Com certeza perceberão que aprenderam muita coisa.
Montagem do livro.
O livro será composto pelos contos individuais e pelos contos coletivos da sala. A capa será a ilustração eleita pela sala. É importante o espaço para o índice, a dedicatória e um espaço para a assinatura das crianças. O volume pode ser encadernado.
Ensaio
Cada criança lê o seu conto para a classe. Ao final escolhe-se o preferido de todos para fazer a dramatização no dia da Apresentação do livro (opcional). As crianças ensaiam o teatro. Todos podem participar, uns atuam, outros cuidam dos figurinos e cenários e outra parte da sala prepara os convites para a apresentação do teatro e da entrega do livro.
Para o dia podem ser escolhida uma turma da escola e a supervisora para participarem do evento.
Publicação:
Dramatização do Conto de Mistério escolhido pelos alunos. Entrega do livro “Contos de Mistério” na Biblioteca Escolar.


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